A empresa de tradução de legendas 4 Estações, da qual faz parte o professor César Alarcón, destaca-se na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Equipe de 60 pessoas passa dias traduzindo cada filme da Mostra e lança as legendas ao vivo
Felipe Branco Cruz, felipe.cruz@grupoestado.com.br
Um
mês antes de começar a 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo,
um grupo de 60 pessoas pode assistir, em primeiríssima mão, a parte dos
mais de 400 títulos programados para o evento. A eles coube a tarefa de
fazer a tradução e lançar as legendas dos longas estrangeiros.
Cada
produção leva de três a quatro dias para ter suas legendas em
português. “Há casos em que o filme chega na véspera e temos de ficar a
noite inteira traduzindo”, diz Bruno Murtinho, de 38 anos, sócio da
empresa de tradução 4 Estações, que comanda a equipe. Lebanon é um
exemplo. Ele encerra amanhã o evento, mas só chegou ontem ao Brasil.
O
trabalho tem duas etapas: uma de tradução, antes da exibição, e a
outra, na própria sala de cinema, já que as películas originais vêm sem
legendas.
Tudo começa com o filme e o script em mãos. Enquanto
traduz, o lançador de legendas registra as falas em português. Quando o
longa não chega a tempo, o profissional tem de se pautar apenas pelo
script. “Daí temos de imaginar a história. É como ler um livro”, diz
Murtinho. Há títulos falados em árabe, hebraico, sueco e até em
dialetos nigerianos. Mas eles vêm acompanhados por scripts em inglês ou
francês. Feita a tradução, a cada projeção, um integrante da equipe vai
à sala para colocar, ao vivo, as falas em português.